O principal destaque do dia será a divulgação dos resultados trimestrais da Nvidia (NVDC34), uma das maiores empresas nos principais índices de ações dos EUA, prevista para esta noite.
Embora a Nvidia tenha sido fundamental para colocar a inteligência artificial como um dos temas mais promissores no setor de tecnologia, os investidores estão cada vez mais ansiosos para saber quando as empresas de software começarão a ver retornos tangíveis.
Assim, os resultados da Nvidia servirão como um termômetro para os investimentos em IA em grande parte da indústria de tecnologia, com uma expectativa de crescimento de receita superior a 70% para o trimestre atual. Qualquer decepção nos números pode abalar os mercados, dada a relevância da empresa nos índices dos EUA. Este ano, as ações da Nvidia já registraram uma alta de aproximadamente 160%, superando em muito o ganho de 16,4% do Nasdaq 100. O mercado de opções sugere uma oscilação de quase 10% em qualquer direção no dia seguinte aos resultados, destacando a importância desse evento, que mais se assemelha a um indicador macroeconômico.
Com a expectativa em torno dos resultados da Nvidia, os futuros americanos operam em alta nesta manhã, acompanhados pelos mercados europeus.
Nos mercados asiáticos, as movimentações foram impulsionadas por notícias corporativas, com sinais adicionais de fraqueza entre os consumidores chineses.
No entanto, os dados macroeconômicos de hoje são escassos. Neste âmbito, o foco continua voltado para a divulgação do PIB americano, programada para amanhã (29), e para o PCE, indicador favorito do Fed para medir a inflação, que será divulgado na sexta-feira (30). Ainda há incerteza sobre a magnitude do corte na taxa de juros em setembro, uma decisão que pode ser influenciada pelos números do payroll de agosto, esperados para a próxima semana. Discursos de autoridades monetárias no Reino Unido, nos EUA e no Brasil também estão no radar dos investidores.
A ver…
· 00:52 — Alívio
No Brasil, o principal índice de ações (Ibovespa) sofreu uma correção ontem, em um típico dia marcado pela aversão ao risco, refletida na alta do dólar e dos juros. A Vale (VALE3), no entanto, desempenhou um papel importante em minimizar a queda do Ibovespa, reagindo positivamente à escolha de Gustavo Pimenta como novo CEO, como já havíamos antecipado.
Enquanto aguardamos a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 na sexta-feira, o mercado digeriu a prévia da inflação oficial de agosto, divulgada na terça-feira (26). O IPCA-15 mostrou uma desaceleração em relação ao dado de julho, caindo de 0,30% para 0,19% na comparação mensal. O resultado veio em linha com as expectativas, levando o índice de inflação acumulado nos últimos 12 meses a 4,35%, abaixo dos 4,45% registrados no mês anterior. A desaceleração foi impulsionada pela intensificação da deflação no segmento de alimentação em casa, pela queda nas passagens aéreas e pela desinflação nos serviços básicos. Esse dado trouxe algum alívio ao mercado, que segue dividido sobre a possibilidade de o Banco Central elevar os juros na reunião de setembro.
Com a abertura benigna e a desaceleração observada nos núcleos e serviços, alguns investidores destacaram o caráter pontual do dado e a proximidade do índice de 12 meses ao teto da meta, de 4,50%. Ainda assim, a chance de manutenção da taxa básica de juros em 10,50% ao ano continua viva, especialmente porque os principais grupos de interesse para o Banco Central também desaceleraram de julho para agosto. Mesmo assim, o mercado mantém suas apostas em uma alta da Selic. Enquanto cerca de 80% dos bancos centrais ao redor do mundo devem reduzir suas taxas básicas até o final do ano, o Brasil parece seguir na contramão, em grande parte devido à comunicação do Banco Central, que ancorou essas expectativas.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou que uma elevação da Selic ainda não estava decidida. Ele deve falar novamente hoje, possivelmente fornecendo mais pistas sobre o tema. Independentemente de a Selic subir ou não, a queda dos juros nos EUA pode continuar a gerar um fluxo significativo de capitais para o Brasil, dado que o país ainda está subrepresentado nas carteiras internacionais.
· 01:49 — Pode piorar
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), alertou para a provável intensificação dos incêndios florestais nos próximos dias, conforme as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia. Regiões como Ribeirão Preto e Rio Preto, em São Paulo, o Vale do Araguaia, o sul de Minas Gerais e, no início de setembro, as áreas de Londrina e Marília, estão sob alto risco de novos focos de incêndio.
A situação se agrava ainda mais com a chegada de uma massa de ar polar, que reduz significativamente a umidade do ar, sem previsão de chuvas, aumentando a criticidade do cenário e já gerando impactos no mercado.
José Guilherme Nogueira, presidente da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), destacou que os incêndios em áreas rurais de São Paulo já estão afetando diretamente os preços do açúcar e do etanol. Os danos não se limitam à cana-de-açúcar em produção, mas também atingem a cana em pé e em fase de brotação, com a queima da palhada resultando em uma redução de produtividade de até 50% devido à perda de biomassa. Esses impactos já se refletem nos preços e deverão influenciar negativamente a produção do próximo ciclo.
Segundo a Orplana, apenas entre sexta-feira e sábado da semana passada, foram registrados mais de 2 mil focos de incêndio, que devastaram aproximadamente 59 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar e áreas de rebrota, gerando prejuízos estimados em 350 milhões de reais. A Raízen (RAIZ4), empresa do grupo Cosan (CSAN3), também informou estar combatendo incêndios que atingiram tanto seus canaviais quanto os de alguns de seus fornecedores no Estado de São Paulo. A empresa estima que cerca de 1,8 milhão de toneladas de cana, entre produção própria e de fornecedores, foram afetadas, o que representa 2% do total previsto para a safra 2024/25.
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· 02:35 — Confiante
Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 permaneceu próximo de sua máxima em seis semanas, à medida que os investidores aguardam ansiosamente os resultados da Nvidia, que serão divulgados na quarta-feira. A expectativa é que a maior fabricante de chips do mundo reporte um crescimento de receita superior a 70% após o fechamento do mercado em Nova York. As ações da empresa podem se movimentar cerca de 10% em qualquer direção após a divulgação do relatório, considerando o preço atual de mercado e as reações observadas em ocasiões anteriores. Isso poderia resultar em uma criação ou destruição de aproximadamente US$ 310 bilhões em valor para os acionistas.
Além de gerar novos milionários entre seus funcionários, a Nvidia tem ampliado sua influência nos mercados mais amplos—sendo responsável por mais de 6% do valor de mercado do S&P 500 em termos de peso no índice. Isso a torna um fator cada vez mais decisivo na direção e no momentum do mercado.
Antes disso, o mercado digeriu a alta no índice de confiança do consumidor dos EUA, que atingiu seu maior nível em seis meses. A redução da inflação e a expectativa de um corte iminente nas taxas de juros fizeram com que os americanos se sentissem mais otimistas sobre a economia do que há algum tempo.
No entanto, persiste uma preocupação com o enfraquecimento do mercado de trabalho. Embora a taxa de desemprego, atualmente em 4,3%, permaneça abaixo dos padrões históricos, ela aumentou por quatro meses consecutivos, o que pode ser suficiente para convencer o Fed a reduzir as taxas em setembro. Esse dado impulsionou o mercado, que agora volta sua atenção para a nova leitura do PIB do segundo trimestre americano, programada para amanhã, e para o PCE, o indicador favorito de inflação do Fed, a ser divulgado na sexta-feira (30).
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· 03:21 — Revisando para baixo?
Hoje, serão divulgados os dados sobre os estoques de petróleo nos EUA, com uma expectativa de queda superior a 2 milhões de barris. Essa informação pode trazer um novo impulso aos preços do petróleo, que voltaram a cair nesta manhã, dando sequência à correção observada ontem, após um aumento de mais de 10% nas sessões anteriores.
Esse aumento foi impulsionado pela ameaça de interrupção do fornecimento na Líbia e pela perspectiva de cortes nas taxas de juros nos EUA. A queda registrada nesta manhã trouxe o preço do barril de volta ao nível em que estava antes do anúncio da Líbia, no final de semana, sobre a suspensão da produção de petróleo devido a conflitos entre governos locais. A crise geopolítica no Oriente Médio também contribuiu para a forte alta recente (Brent ultrapassou os 80 dólares por barril).
No entanto, as revisões pessimistas do Goldman Sachs e do Morgan Stanley, que reduziram as projeções para o preço do Brent em 2025 diante da expectativa de aumento na oferta global, incluindo a produção da Opep+, e da desaceleração do consumo na China, parecem estar ganhando mais peso no mercado. Apesar disso, algumas empresas do setor mantêm planos ambiciosos, como a Exxon Mobil, que deu um importante passo em direção ao seu sétimo projeto de petróleo na Guiana, sinalizando claramente sua intenção de expandir a produção de petróleo bruto no país na próxima década.
O projeto, previsto para bombear até 180 mil barris por dia a partir de 2029, deverá elevar a capacidade de produção da Guiana para quase 1,5 milhão de barris por dia, aproximando-a da produção da Nigéria, membro da OPEP. Os planos agressivos da Exxon já posicionaram a Guiana como um dos países produtores de petróleo de crescimento mais rápido fora da OPEP nos últimos anos.
· 04:16 — A visita
O presidente dos EUA, Joe Biden, enviou seu conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, à China nesta semana, enquanto a Casa Branca busca lidar com o complexo relacionamento entre os dois países nos últimos meses do mandato do líder democrata. A visita de Sullivan, que teve início ontem, inclui encontros com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, entre outras autoridades. O conselheiro de Biden está abordando preocupações do governo americano em relação ao apoio chinês ao complexo industrial militar da Rússia, especialmente à medida que a guerra de Moscou na Ucrânia se prolonga. Além disso, questões como a presença militar de Pequim no Mar do Sul da China, as ações provocativas da Coreia do Norte, o conflito entre Israel e o Hamas, e as tensões de Pequim com Taiwan também estão na pauta.
Os chineses, por sua vez, devem levantar preocupações sobre as tarifas americanas, especialmente diante da possibilidade de uma reeleição de Donald Trump. Mesmo sem Trump no cargo, Biden impôs em maio novas tarifas sobre veículos elétricos chineses, baterias, células solares, aço, alumínio e equipamentos médicos, tornando improvável que Pequim obtenha algum alívio de seu maior rival.
Independentemente de quem vença a próxima eleição presidencial nos EUA, seja Trump ou Kamala Harris, a postura dura em relação à China deve ser mantida. Questões relacionadas à inteligência artificial também estão sendo discutidas durante a visita.
· 05:07 — De micro para macro
A Nvidia (Nasdaq: NVDA) divulgará seu balanço trimestral na noite de hoje, após o fechamento do mercado, e as expectativas são altas para o quarto trimestre consecutivo de crescimento expressivo, com aumento de receita na casa dos três dígitos. Como líder no fornecimento de chips essenciais para a operação de inteligência artificial, a Nvidia tem experimentado uma demanda excepcional por seus produtos, o que resultou em um aumento contínuo de preços e margens de lucro. Apesar do sucesso impressionante…