Times
Empiricus 24/7

Suportanto o sofrimento

Há algo especial no fim do ano

Por Caio Mesquita

26 dez 2022, 10:48 - atualizado em 26 dez 2022, 13:59

Death and Glory (The Clash)
 
We’re gonna fight you, brother
We’re gonna fight ‘til you lose
We’re gonna raise trouble
We’re gonna raise hell
We’re gonna fight you, brother
Raise hell
Death or glory
Becomes just another story
Death or glory
Becomes just another story

Há algo especial no fim do ano.

Impossível não se contagiar com a sensação de término, de conclusão de ciclo, quando chegamos nos últimos dias do calendário.

Inevitavelmente olhamos para trás e tentamos colocar sentido na aleatoriedade do dia a dia que nos empurra inexoravelmente para frente.

Dentro dessa perspectiva nostálgica, fica fácil constatar que 2022 testou os limites da nossa resiliência.

Em seu Diário de Bordo, o Jojo Wachsman recapitulou, mês a mês, a montanha russa de emoções pela qual a nossa Bolsa passeou e na qual fomos, como diria o agora aposentado Galvão Bueno, “passageiros da agonia”. 

A variação positiva de apenas 4% do índice em 2023 não traduz o vai e vem que mexeu com nossas carteiras no que a turma de mercado chama de “tô rico, tô pobre”.

Servindo de consolo, a performance das ações brasileiras, pelo menos, foi positiva, contrastando com o banho de sangue nas bolsas dos países desenvolvidos em geral, e nos Estados Unidos em particular.

A inevitável alta nas taxas dos juros americanos resultou em uma correção sem precedentes nos portfólios. A edição do Palavra do Estrategista desta semana compara a performance de carteira de referência (60% ações e 40% renda fixa) de 2022 com a história e o resultado é desastroso:

O lado bom disso é que, em 9 dos 10 piores anos para o portfólio 60/40, houve recuperação no ano seguinte, resultando em uma rentabilidade média positiva de 17%. 

O risco lá fora fica por conta da preocupação com a dose do remédio anti-inflacionário. A inversão na curva de juros nos Estados Unidos embute um cenário de corte agressivo de juros num futuro próximo, indicando que o mercado contempla a possibilidade de recessão já em 2023.

Estive na semana passada em Miami e a impressão anedótica é de que a economia por lá está esfriando, sim.  Não vi mais as placas de emprego expostas nos comércios como observei na minha viagem anterior há quase um ano.

Voltando ao plano doméstico, ainda tivemos nossa paciência testada por uma disputa eleitoral polarizada e que resultou com a volta da esquerda populista ao poder.

E àqueles que se consolavam com a possibilidade de uma reedição do austero primeiro mandato de Lula, restou enorme frustração com a formação de um governo puro-sangue petista.

Assim, não nos cabe saída senão apertar os cintos e nos preparar para um 2023 desafiador.

Do nosso lado, reafirmamos o compromisso da Empiricus de estar ao seu lado e ao lado de todos os nossos assinantes e clientes, trazendo as melhores ideias e opções de investimentos.

Encerro sugerindo a leitura do excelente artigo do New York Times sobre a recém-encerrada Copa do Mundo.  

Em um mundo onde talento e recursos se equiparam, o que importa realmente é a nossa capacidade de suportar o sofrimento como exemplificada pela formidável resiliência de Messi e seus comandados.

Deixo você agora com os destaques da semana.

Boa leitura e ótimas festas!

Sobre o autor

Caio Mesquita

CEO da Empiricus