Mesa Pra Quatro

Luiza Trajano, da Magalu, conta dos desafios do varejo e suas iniciativas por um país melhor

A empresária listada como uma das pessoas mais influentes do mundo foi a convidada da semana para o podcast Mesa Pra Quatro

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

11 out 2021, 09:47

Luiza Trajano, empresária e a segunda mulher mais rica do país, segundo a Forbes, está sempre nos holofotes. Em setembro, a principal acionista e presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza (MGLU3), entrou para a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2021, da revista americana Time.

Diante de tudo que conquistou, ela mantém sua postura humilde e batalhadora no dia a dia e se dedica em compartilhar a sua experiência e participar de iniciativas em prol da sociedade brasileira. 

Em participação no podcast Mesa Pra Quatro, Luiza contou que gosta de apoiar o empreendedorismo, incentivando empresas de menor porte, especialmente aquelas com mulheres na liderança. 

“Gosto de trabalhar com pequenas e microempresas, não ficar só nos holofotes das grandes”, destaca Luiza Trajano.

Confira a participação de Luiza Trajano no Mesa pra Quatro #17, apresentado por Dan Stulbach, Teco Medina e Caio Mesquita.  

Magalu faz tendência

A Magazine Luiza (MGLU3), em sua história,  chegou a enfrentar sérias  dificuldades financeiras e passou por um processo de turnaround, chegando ao  pódio de umas das maiores e-commerces brasileiras. 

Inovadora e disruptiva, a empresária conta que a batalha é diária para o negócio prosperar.  “Nós estamos com sucesso, dinheiro e boa colocação. Eu estou no momento de ter saído na Time, mas temos que continuar todos os dias fazendo um trabalho muito bem feito”, comenta.

Ela enxerga a força das equipes de vendas como um dos principais pilares para o desenvolvimento da companhia: “A venda é o combustível de qualquer coisa. Se você não tem patrocinador para um programa, não tem programa”, ressalta. 

Luiza Trajano também falou no Mesa Pra Quatro sobre as mudanças em políticas empresariais, agora que as melhores práticas ESG (Environmental, Social and Corporate Governance – em português, Meio Ambiente, Social e Governança Corporativa) estão cada vez mais reconhecidas pelo mercado financeiro. Ela conta que tem recebido muitos convites para palestras sobre o assunto, pois agora as companhias não têm mais a opção de quererem ou não se adaptarem aos parâmetros – é um caminho sem volta. 

Outro ponto abordado no bate papo é que Luiza Trajano, a Magalu defende a importância da experiência nas lojas físicas, apesar dos avanços da plataforma digital. Ela chegou a comentar que em 2013, na National Retail Federation (NRF), grande feira de varejo dos Estados Unidos, tudo o que se falava era do fim das lojas físicas. “Na época, levaram a loja física para o hospital e enterraram”, comenta. Segundo ela, a Magalu prosseguiu fortalecendo suas lojas e algum tempo depois a decisão se demonstrou mais do que acertada: Amazon e Alibaba, que nasceram digitais, resolveram adotar o meio físico. 

Agora, durante a pandemia, ela conta que a família precisou vender parte de suas ações para capitalizar a empresa. Sempre rígidos com o fluxo de caixa, ela conta que foi a primeira vez que tiveram capital de giro e, mesmo após a venda, continuam detendo a maior participação da companhia. 

Luiza Trajano, uma mulher política

Apesar de nunca ter se filiado a nenhum partido, Luiza se descreve como política. Conselheira do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), ressalta que participou dos movimentos políticos para fortalecer o varejo e de ações geradoras de emprego. “Para mim o mais importante que eu posso fazer pelo Brasil é gerar emprego,” ela conta. 

No campo da filantropia, Luiza tem costume de visitar áreas no sertão nordestino há mais de 6 anos e conta que conhece a realidade difícil que algumas pessoas vivem. “Eu sei o que é não ter água e não ter oportunidade. Eu não vivo numa redoma de vidro”, desabafa, mencionando que participa das ONGs Amigos do Bem e Rendeiras. 

Nas expansões das suas lojas físicas, ela relatou ter contato com muitas pessoas que estavam em busca de emprego para poder comprar comida e como conseguiu ajudar no acesso de municípios carentes à vacinação, por meio da ONG Unidos pela Vacina. 

A empresária lidera o grupo Mulheres do Brasil, que é uma organização apartidária, que estimula a atuação feminina na construção de um país melhor. O objetivo é fomentar políticas para combater as desigualdades de gênero, raça e condição social. 

Conheça mais sobre a história da e-commerce e sua fundadora, Luiza Trajano, no Mesa Pra Quatro #17!

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.

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