RadioCash
Ações dos setores de utilities e bancos são preferências de Cassio Bruno, da Moat Capital
“O investidor estrangeiro deveria ter renda fixa no Brasil”, diz o sócio e gestor da Moat Capital.
No novo episódio do RadioCash, Cassio Bruno compartilha sua visão de mercado e fala sobre estratégias de investimentos
Cassio Bruno é considerado um dos grandes destaques no setor de renda variável no Brasil e atua no segmento de long and short desde 2005. Em 2015, ele se juntou a outros sócios e fundou a Moat Capital, gestora de fundos com foco em ações, onde é sócio e gestor. No episódio #56 do RadioCash, ele e os apresentadores Felipe Miranda e Jojo Wachsmann discutem sobre o mercado e estratégias de investimento.
“Raras vezes o juro real ficou tão negativo nos Estados Unidos. Todas as vezes que isso aconteceu, foi um precedente de recessão”, comenta Cassio. Ele explica que essa baixa performance dos mercados acontece porque com o aumento da inflação, a receita cresce muito mais do que o esperado e o mercado ainda não acompanhou essa inflação. “Em geral, o próximo momento em relação a isso é o banco central reconhecer esse mundo inflacionário e aumentar os juros”, afirma.
Pensando no cenário atual, Cassio destaca que as commodities estão em alta e os juros devem continuar aumentando. “O investidor estrangeiro deveria ter renda fixa no Brasil”, afirma. Ele salienta que a chegada da guerra fez com que a inflação se estendesse por mais tempo, mas que isso não altera o cenário significativamente, já que há espaço para uma melhora na política monetária e entrada de renda de commodities.
Preferências na carteira da Moat
Sobre as preferências da Moat, Cassio Bruno comenta que gosta bastante do setor de utilities, de serviços essenciais, especialmente energia elétrica. “Quando eu olho a bolsa no momento de juros subindo, pouquíssimas empresas vão ter crescimento de lucro esse ano, e essas empresas de utilities são o caso”, afirma.
Outro setor que ele aprecia no âmbito do mercado são os bancos. Como exemplos, Cassio cita o BTG. “De todo mundo que se propôs a fazer a digitalização, o BTG era menos digital, mas agora está mais à frente”, justifica.
O gestor também enfatiza a importância da compreensão de que o mercado funciona de forma volátil e, dessa maneira, é necessário saber esperar e assim perpassar momentos turbulentos, como foi o caso do início da pandemia: “O grande vencedor do mercado financeiro não é o mais inteligente, mas sim quem tem a paciência de esperar as coisas acontecerem no seu caminho”, conclui.
Sobre o autor
Melissa Bumaschny Charchat