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3R Petroleum (RRRP3) divulga geração de caixa com alta de 743% no 2T24 impulsionada pela expansão da produção e alta do dólar

O balanço do 2T24 da 3R Petroleum superou a expectativa dos analistas da Empiricus Research, impulsionada pela alta do petróleo e do dólar e expansão da produção.

Por Larissa Quaresma, CFA

31 jul 2024, 13:56 - atualizado em 31 jul 2024, 13:56

3R Petroleum (RRRP3)
Imagem: Divulgação/3R Petroleum

A 3R (RRRP3) divulgou seu balanço do 2T24, que veio acima da nossa expectativa. A expansão da produção, a valorização do petróleo e do dólar, e a venda de estoques represados levaram a um crescimento sequencial de 17% no EBITDA ajustado, mesmo com aumento no custo unitário de extração.

A 3R Petroleum gerou R$ 958 milhões em caixa operacional, comparado a R$ 114 milhões no trimestre anterior – esse foi o destaque positivo do resultado na nossa opinião.

Balanço da 3R indica aumento da produção

No segmento Upstream, a 3R vendeu 4,7 milhões de barris de óleo equivalente (boe), expansão sequencial de 15%. A evolução, superior à da produção em si (+5%), se deve à venda de estoque represado e ao aumento da participação no Polo Papa-Terra.

No Mid&Downstream, que inclui o processamento e refino da produção, a companhia vendeu 3,6 milhões de barris de derivados, crescimento de 18%. Esse volume de vendas, somado à valorização de 2% no Brent médio e à de 5% do dólar, levaram a um crescimento sequencial de 28% na receita líquida, para R$ 2,6 bilhões.

Ponto negativo do resultado, o custo de extração do petróleo e gás crus teve uma alta de 21% na visão trimestral, para US$ 22,60 por barril.

A perda de eficiência se deve não só ao aumento da representatividade de Papa-Terra, que tem um custo de extração mais alto, mas também às intervenções de manutenção e desenvolvimento nos Complexos Papa-Terra e Potiguar. Com isso, o EBITDA ajustado ficou em R$ 850 milhões, expansão sequencial de 17%, mas com perda de 3 pontos percentuais na margem.

Geração de caixa operacional é destaque no resultado da 3R Petroleum no 2T24

Grande destaque positivo, a companhia gerou R$ 958 milhões em caixa operacional no trimestre, 743% a mais que no período anterior.

A forte performance se deve à expansão da produção, ao petróleo e dólar mais altos e à venda de estoques que ficaram represados no final do trimestre anterior. As atividades de investimento, por sua vez, consumiram R$ 700 milhões em caixa (R$ 362 milhões orgânicos e R$ 338 milhões em pagamentos de aquisições passadas).

Finalmente, a companhia pagou R$ 179 milhões em serviço da dívida, o que resultou em uma geração de caixa livre para o acionista de R$ 79 milhões, nas nossas estimativas (desconsiderando a captação de R$ 500 milhões em dívida no trimestre).

O que o resultado da companhia diz aos acionistas?

Gostamos do resultado, principalmente por ter mostrado a capacidade de gerar caixa livre ao acionista, mesmo com a produção ainda bem aquém do potencial e o lifting cost ainda alto.

Ademais, espera-se que a incorporação da Enauta pela 3R aconteça hoje, de forma que, a partir de amanhã, as duas companhias se tornarão uma só, provavelmente com o dobro da escala de produção que a 3R tem hoje (isso ao final de 2024).

Com isso, é possível que se torne uma grande geradora de caixa no ano que vem. Negociando a 4,2x seu EBITDA estimado para 2024, mantemos a recomendação de compra para 3R Petroleum (RRRP3).

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.