Com os recentes desdobramentos do conflito no leste europeu, os criptoativos ganharam destaque em todo o mundo quanto ao seu uso na guerra entre Rússia e Ucrânia. O motivo se centra na especulação dos noticiários sobre o uso dos ativos digitais pelos russos para se evadirem das sanções impostas pelos EUA e União Europeia (UE).
Nesse cenário, as incertezas sobre o mercado cripto só aumentaram entre os investidores, uma vez que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os parlamentares europeus questionam a capacidade do regime de compliance do setor. Isto é, a robustez das empresas de ativos digitais de estar de acordo com o consenso ocidental contra Moscou.
Entretanto, como apontado pelo analista de criptomoedas da Empiricus, Valter Rebêlo, essa tese não se sustenta.
Segundo ele, por estarem inseridas no âmbito do mercado financeiro, as corretoras de criptomoedas, como a Coinbase e a FTX, operam obrigatoriamente de acordo com a lei, o que, por sua vez, garante que as sanções que envolvem os serviços de corretagem e facilitação de conversão de moedas fiduciárias em cripto sejam cumpridas contra o país de Putin.
Ademais, por ter natureza transparente, ainda que seja descentralizado, “o mercado de criptomoedas é rastreável”, diz Rebêlo. “É como na conversão do Bitcoin para o rublo. Isto é uma transação registrável. Portanto, as corretoras não a fariam para os usuários russos alvos de sanções”.
No contexto de conflito, ainda cabe citar o fato de as corretoras de criptomoedas estarem viabilizando doações para a Ucrânia. Em recente relatório divulgado pela Elliptic, empresa de análise do mercado cripto, estima-se que foram feitas mais de 4 mil doações, as quais somaram US$ 13 milhões em criptomoedas.
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