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INFLAÇÃO: por que está tudo caro no Brasil?
Matheus Spiess, analista da Empiricus, te conta no vídeo de hoje o que está acontecendo no mundo em relação à inflação.
Nas últimas semanas muito ouvimos falar sobre as decisões de política monetária dos Bancos Centrais, que tem como meta preservar o poder de compra da moeda e garantir maior previsibilidade nas decisões econômicas no longo prazo, além de estabilidade nos preços, através da principal ferramenta que tem em mão: a taxa básica de juros.
Antes de mais nada, é preciso entender o panorama geral. O que está acontecendo lá fora?
1. Recuperação da economia. Depois de um ano tão complicado, podemos acompanhar a recuperação de carregamento estatístico, planos de estímulos ao redor do mundo e vacinação da população. A soma desses fatores normaliza a situação econômica, pessoas voltam a consumir, o que leva a uma elevação da expectativa da inflação – aumento da procura, aumento de preço, perda do poder de compra da moeda;
2. Alta dos preços das commodities. Países desenvolvidos voltando a ativa, reabastecendo suas cadeias de suprimentos o que impulsiona as commodities e o aumento de preço da matéria prima, encarecendo os bens de consumo;
3. Quebra cadeia de suprimentos globais. Os setores da economia não voltam à ativa juntos, gerando uma quebra de oferta e demanda e um choque de preços;
4. Expansionismo fiscal e monetário. Grandes gastos ao redor do mundo, muita liquidez. Com mais dinheiro na economia, ele perde seu valor e propicia uma pressão de preço.
Além de tudo isso, no Brasil ainda temos algumas complicações:
1. Fiscal muito debilitado. A dívida sobre o PIB está em patamares bastante complicados para países emergentes, além do país ter pouca credibilidade de bom pagador.
2. Pior momento da pandemia. Atualmente temos cidades fechadas e uma gravíssima crise sanitária;
3. Alta do dólar. Com a taxa de juros pra baixo, há uma diminuição do diferencial de juros entre Brasil e países desenvolvidos, tirando recursos do Brasil. Se esse diferencial se achata, temos uma depreciação do real. Além do real ser uma moeda exótica e frágil.
Porém, ao que tudo indica, que a inflação parece ser baixa no longo prazo pelos seguintes motivos:
– Demografia. Com o envelhecimento da população, o gasto hoje é menor para que seja maior no futuro. Isso significa menos pressão de preços no presente;
– Tecnologia. Os processos produtivos tem um custo mais baixo, barateando o produto final;
– Globalização. Costuma ser taxada com um viés de deflação.
E como foi a decisão dos Bancos Centrais levando em conta esses cenários?
O Federal Reserve, Banco Central americano, manteve o juro entre 0% e 0,25% e travou essa decisão até 2023. Ao seu ver, a inflação é temporária levando em consideração a estabilidade de preços, a pleno emprego.
Já a reunião do Copom, do Banco Central Brasileiro, resolveu tirar liquidez da economia, uma vez que por aqui a inflação não parece ser tão temporária assim. Além disso, foi preciso levar em conta os fones hereditários, contratando mais 0,75pp para a próxima reunião.
Sobre o autor
Matheus Spiess