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“No fundo, o governo não está vendendo a Eletrobras (ELET6), mas sim fazendo uma operação de aumento de capital, em que ele não subscreve”, afirma Luiz Augusto, CEO da consultoria PSR

Capitalização pode gerar mais competitividade da Eletrobras no setor elétrico; investimento nas ações da ELET6 com o FGTS representam ganhos maiores do que o atual rendimento do fundo trabalhista

Por Mateus Cerqueira

06 jun 2022, 13:27 - atualizado em 06 jun 2022, 13:28

Após a aprovação pelo plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) do processo de privatização da Eletrobras (ELET6), foi dada a largada para oferta pública das ações da companhia, com ou sem o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Com isso, muitos investidores podem estar com dúvidas sobre o processo de capitalização da ELET6 e se realmente vale a pena investir na oferta da estatal com os recursos do FGTS.

Essas questões foram temas centrais da live promovida pela Empiricus, em que Ruy Hungria, analista da carteira Vacas Leiteiras, conversou com os especialistas do setor de energia elétrica Luiz Barroso, CEO da consultoria PSR, e Edmundo Grunes, gerente de riscos da consultoria.

Capitalização pode ampliar competitividade

Para Barroso, a Eletrobras vinha de uma situação financeira pouco eficiente do ponto de vista financeiro, em que os custos da companhia eram mais altos do que o retorno obtido. “Mas a partir da gestão do presidente Wilson Ferreira, vimos um intenso trabalho para gerar valor para a empresa”, complementa.

Ele diz que somado à governança do ex-presidente da Eletrobras, o contexto de reforma do setor elétrico, a partir de 1990, propiciou caminhos para criação de um mercado competitivo, em que destaca as transferências de estatais energéticas para o setor privado como um dos pilares. 

“Nesse sentido, anos mais a frente, viu-se que a Eletrobras poderia gerar mais valor ao mercado [energético], com um agente autônomo tomando decisões economicamente eficientes, decisões racionais e que pudesse contribuir para um ambiente mais competitivo”, pontua.

O CEO da PSR reforça que pelo fato da Eletrobras ser essencialmente uma estatal, já que o governo federal detém a maior parcela de ações da companhia, algo em torno de 70%, naturalmente, a companhia fica a mercê decisões políticas que não são puramente racionais, o que, em sua análise, “acaba tirando valor da empresa e eficiência, logo competitividade”.

“Ao chamar os investidores para serem os seus sócios e ter uma participação menor em uma empresa que vai valer mais, o governo busca obter mais capital para aplicar naquilo que é obrigação do Estado, como os direitos básicos”, ao que acrescenta: “Por isso, no fundo, o governo não está vendendo a Eletrobras (ELET6), mas sim fazendo uma operação de aumento de capital, em que ele não subscreve”.

Afinal, vale a pena investir na companhia com recursos do FGTS?

O analista da carteira Vacas Leiteiras disse que “vale a pena, sim, investir parte do dinheiro do FGTS nas ações da Eletrobras (ELET6)”. Em sua análise, Hungria pontua que o atual rendimento do fundo de garantia trabalhista, em 3% ao ano somado à Taxa Referencial (TR) zerada, é baixo.

“Com a privatização já aprovada, enxergamos uma valorização das ações  da Eletrobras superior a esse juros de 3% ao ano, mais TR”, dispara Hungria. Mas ele alerta que isso seria uma valorização no longo prazo e que os investidores devem ser moderados na alocação de seu FGTS nas ações da elétrica.

“Aloque uma quantia menor que não coloque o seu patrimônio em risco, pois estamos falando de um investimento em ações, que como qualquer outro está sujeito a riscos”, complementa. O diferencial desse investimento, conforme explica, está nos dividendos que podem ser pagos pela ELET6 mais a frente.

Para ter acesso à análise completa do analista da carteira Vacas Leiteiras, acesse gratuitamente o relatório[1] em que ele explica a fundo as vantagens do investimento dos recursos do FGTS nas ações da Eletrobras.

Sobre o autor

Mateus Cerqueira

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo. É integrante da equipe de conteúdo da Empiricus. Teve passagem pela Jornalismo Júnior (ECA-USP) e já atuou como assistente de comunicação na Força Área Brasileira.

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