22 fev 2022, 16:03 - atualizado em 11 mar 2022, 16:03
Uma das maiores varejistas do Brasil, Magazine Luiza (MGLU3), companhia liderada por Frederico Trajano, vem enfrentando queda de seus papéis em meio cenário macroeconômico conturbado.
A ação MGLU3 está caindo 10% em 2022, um recuo maior do que o registrado pelo Ibovespa.
O analista de investimentos da Empiricus, Fernando Ferrer, aponta que os acontecimentos no cenário doméstico e internacional são os principais fatores para essa baixa. “Tanto no Brasil como no exterior, temos observado uma curva de juros ascendente para o controle da inflação,” diz em menção a desaceleração das vendas no setor varejista.
Soma-se a isso a crise na cadeia produtiva que encarece os produtos finais aos consumidores.
Fase aguda da pandemia fez e-commerce varejista decolar
Cenário diferente do atual, durante a fase aguda da pandemia, o setor de e-commerce registrou altas históricas, puxando as ações da Magalu. Para Ferrer, as medidas de restrição de circulação impulsionaram a mudança de hábitos dos consumidores para as compras on-line e uma corrida das grandes varejistas para atender uma demanda crescente.
“Foi surpreendente o aumento das vendas no comércio eletrônico na fase crítica do coronavírus e a Magalu soube surfar bem nessa onda, assim como outras varejistas”, analisa Ferrer. A fala do analista pode ser corroborada, já que o número de pedidos do setor registrou um aumento de 16,9% em 2021, segundo a Neotrust.
Com isso, as companhias do setor varejista empreenderam uma série de mudanças no seu modelo de negócio para melhoria no atendimento aos consumidores. “A primeira mudança foi a aquisição de outras empresas de e-commerce e depois uma otimização no tempo de entrega. Como exemplo, temos a aquisição bilionária da KaBum pela Magalu,” relembra.
Entraves da atualidade dificultam avanços dos papéis da Magalu na Bolsa
Entre os principais fatores para a atual desvalorização da Magalu na Bolsa, Ferrer aponta:
Aceleração da inflação que corrói o poder de compra das famílias brasileiras;
Alta do dólar que encarece os componentes, logo aumenta os preços dos produtos finais aos consumidores;
Gargalo nas cadeias de suprimentos o qual gera redução da oferta, por conseguinte, o aumento dos preços.
Afinal, compro ou vendo Magalu?
Ferrer observa que a companhia de Trajano está com uma tendência de digitalização do seu varejo e que vem apostando em inovações em seu modelo de negócio para alavancar as vendas. Entretanto, o atual cenário tem gerado entraves para o avanço da varejista na bolsa.
“Para resumir, temos uma empresa sólida, considerada uma das maiores varejistas do país, com uma logística robusta e com iniciativas para digitalizar suas vendas. O objetivo é aumentar o engajamento dos clientes”, analisa. Entretanto, como pontuado pelo analista, o cenário macroeconômico ainda gera entraves para uma boa valorização da Magalu no mercado.
Para o analista, o atual momento gera muitas dúvidas entre os investidores quanto a Magalu. Juros altos e inflação são os principais culpados. “Por isso, conforme a nossa carteira, o ideal é que se tenha uma posição pequena da varejista, algo em torno de 4,5%,” finaliza.
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo. É integrante da equipe de conteúdo da Empiricus. Teve passagem pela Jornalismo Júnior (ECA-USP) e já atuou como assistente de comunicação na Força Área Brasileira.
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