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Privatização da Eletrobras (ELET3): tudo o que você PRECISA saber!

Com as recentes notícias sobre a privatização da Eletrobras, será que vale a pena investir nesta companhia? É isso o que o analista da Empiricus, Ruy Hungria, vai te contar hoje!

Por Ruy Hungria

21 maio 2021, 19:01

Primeiramente, precisamos conferir os números atuais da empresa, para entender porque essa privatização é tão importante para a companhia. A Eletrobras (ELET3/ELET6) foi fundada em 1962, e hoje, conta com um marketcap de R$62 bilhões, uma Ebitda de R$14 bilhões e um lucro de R$9,5 bilhões. 

Os ativos gerenciados pela companhia são os de gerenciamento e transmissão de energia, de energia e 52% das ações ordinárias da companhia estão nas mãos da União, mas todo o restante pertence a outros acionistas, incluindo as ações preferenciais. 

Em 2012, tivemos a MP 579, que propunha renovação antecipada de uma série de usinas hidrelétricas da companhia, mas com uma condição: o regime de contas, tornando a companhia obrigada a vender energia a preço de custo de produção. Para comparação, o preço da energia em usinas que não são submetidas ao regime de cotas é de R$180 mWh, enquanto nas usinas que estão neste regime cobram R$60 mWh. Essa parte de venda de energia representa 40% da receita da Eletrobras, o que faz com que ela perca muito resultado, em outras palavras, a empresa perdeu R$10 bilhões de receita. 

Além de tudo isso, a empresa ainda enfrentou a “crise perfeita”, primeiro por conta da crise econômica e depois, por conta da crise hidrológica. Tudo isso, fez a Eletrobras chegar ao nível de dívida de 6x a dívida líquida Ebitda, e isso quase levou a companhia à falência.

Já em 2016, o novo CEO, Wilson Ferreira Junior,  implementou um amplo programa de turnaround. Para começar, ele estabeleceu algumas tarefas  para a empresa melhorar os resultados, começando com um programa de demissão e diminuindo o número de subsidiárias. Mas talvez a ação mais importante e polêmica deste programa, foi a venda das distribuidoras de energia, que era uma dor de cabeça para a estatal. 

Todos estes feitos ocasionaram uma redução no PMSO da empresa, que nada mais é do que as despesas gerenciáveis da Eletrobras. O número reduziu de R$12 bilhões em 2016, para R$2 bilhões de reais atualmente. Por que isso é tão importante? Porque a receita fica estável e quanto menos despesas você tem, maior é o resultado operacional e ocasiona uma alta na Ebitda. 

Tudo isso é muito bom e já justifica um otimismo quanto à Eletrobras, mas será que a privatização trará bons resultados à empresa? Se tudo der certo, ela pode ocasionar um aumento no capital da companhia e esse valor será usado para pagar para a União o direito de utilizar as usinas e vender a energia a preço de mercado, uma “descotização” basicamente. 

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.

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