O Ibovespa é o índice com todas as principais empresas listadas na B3.
Têm maior peso no índice as empresas com a) maior valor de mercado e b) maior free float. Free float é a porcentagem das ações que está em circulação, ou seja, disponível para negociação na Bolsa.
Não estão no free float as ações dos controladores ou aquelas que estão estacionadas na tesouraria da empresa: você não vai comprar na Bolsa as ações do Itaú que pertencem à família Setúbal, por exemplo.
As principais ações do IBOVESPA em Setembro de 2020:
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Vale (VALE3), representando 10,9% do índice
A Vale ressurgiu após o trauma de Brumadinho. Empurrada pelo preço muito favorável do minério de ferro, com dívida reduzida, a empresa tem apresentado ótimos resultados.
A Vale está se esforçando também para melhorar no quesito sustentabilidade. Tem abandonado a mineração com uso de barragens e passando a fazer o processo a seco, acima de tudo na região de Carajás, onde se extrai um minério de ferro de alta qualidade.
Os estrangeiros ainda têm um pé atrás, e por isso a ação da Vale é mais barata do que a de suas concorrentes internacionais, como Rio Tinto e BHP. Com vento favorável e se não pisar fora da linha novamente, a empresa tem espaço para se valorizar.
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Itaú (ITUB4), com 6,1%
O Itaú é uma empresa extremamente bem gerida. Há muito questionando sobre a capacidade dos bancos continuarem tendo as rentabilidades do passado, porém.
Isso se deve a fintechs que oferecem contas sem taxas e cartões sem anuidade (como Nubank) e a corretoras digitais que fazem com que os clientes tirem dinheiro dos bancos (como a XP).
É fato que os bancos têm muito capital para virar o jogo, e o próprio Itaú comprou 49% da XP (só não comprou mais porque o Cade, órgão do governo responsável por analisar esse tipo de operação, não deixou, por medo de redução da concorrência).
Por enquanto, porém, os investidores têm sido céticos com os bancos, e suas cotações já tiveram dias melhores.
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B3 (B3SA3), com 5,4%
Sim, a Bolsa de Valores é ela própria uma empresa de capital aberto. É uma empresa muito bem gerida também, de margens muito elevadas e que atua sozinha no mercado brasileiro, uma vez que não há outra Bolsa no Brasil — no passado, havia.
Com a queda nas taxas de juros e a migração dos investidores da renda fixa para a renda variável, as perspectivas da Bolsa são bastante favoráveis. É verdade que não é uma das ações mais baratas disponíveis, mas há muitos fundos de ações consagrados (como o pessoal da Dynamo) que têm B3 na sua carteira.
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Petrobras (PETR4), com 5,2%
Esse é o rei destronado, porque PETR4 (a ação preferencial de Petrobras) já foi o papel mais importante do Ibovespa. A Petro é difícil de analisar: foi muito maltratada nos anos do PT, com escândalos de corrupção. A gestão melhorou bastante a partir do governo Temer, com Pedro Parente, e continua melhorando com o CEO Roberto Castello Branco, nomeado por Bolsonaro.
A empresa depende muito do preço do petróleo, que é uma commodity global. Qualquer um que afirmar saber quanto o petróleo custará em dois ou três anos é um mentiroso. Se você deseja investir em Petrobras, gaste bastante tempo analisando os prós e contras.
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Bradesco (BBDC4), com 4,7%
O bom e velho Bradescão. É bastante parecido com o Itaú: banco estabelecido sendo atacado por concorrentes digitais.
Eles estão tentando se reinventar. Há o desafio de lutar quando se carrega o legado de um mundo analógico: milhares de agências, muitos milhares de funcionários, sistemas tecnológicos muitas vezes defasados. O mercado ainda não comprou muito a ideia de que essa reinvenção vá acontecer sem alguma dor. Vamos ver.
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Petrobras (PETR3), com 4,1%
Esta é a ação ordinária da Petrobras, e vale aqui tudo que foi dito acima sobre a empresa.
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Magazine Luiza (MGLU3), com 3,3%
Essa é a queridinha. Ninguém dava nada para ela: em 2015, a ação da Magazine Luiza bateu R$ 0,20. Hoje, custa R$ 80. Uma empresa que estava quase quebrando se transformou na Amazon brasileira, com uma operação digital redondíssima. O mérito é muito de Fred Trajano, o CEO da empresa que assumiu em 2016.
Não há dúvida que o Magazine Luiza é muito melhor do que seus concorrentes, especialmente Via Varejo (dona de Casas Bahia e Ponto Frio). É verdade que a Amazon está crescendo no mercado brasileiro e pode vir a dar trabalho um dia. Um dia. Talvez. Por enquanto, as vendas de Magalu só crescem e a empresa só dá alegria aos seus acionistas.
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Ambev (ABEV3), com 3,1%
A Ambev já foi a empresa mais amada da Bolsa. As pessoas estavam uma crise global (como a de 2008) para ter uma chance de comprar a empresa de Jorge Paulo Lemann em preços mais razoáveis. A empresa era sinônimo de sucesso.
Ultimamente, porém, o encanto se perdeu. A Ambev ainda têm margens elevadíssimas, é verdade, mas tem sido atacada por alguns concorrentes, especialmente a Heineken, e perdeu market share nos últimos anos.
A empresa demorou um pouco para reagir à sofisticação do consumidor, que passou a consumir mais cervejas puro malte ou artesanais. Inovações recente como a Skol Puro Malte, a Brahma Duplo Malte e o lançamento da marca Beck’s no Brasil são tentativas de correr atrás disso.
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Weg (WEGE3), com 2,4%
A Weg é um espetáculo: líder (global, não só no Brasil) de equipamentos voltados para a indústria e o setor de energia.
Eles fazem coisas como motores industriais, grandes painéis de controle, turbinas elétricas, grandes transformadores e subestações, além de tintas especiais para a indústria. Vendem alguns produtos para uso doméstico também, como motores para portões eletrônicos.
É uma empresa redondinha: gera caixa, tem pouca dívida e cresce, como cresce. Nos últimos dez anos, o valor de mercado da empresa se multiplicou por quatro, com 60% do faturamento vindo do exterior.
O problema é que a ação é bastante cara: em meados de 2020, tínhamos uma relação preço-lucro de 76 vezes.
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Itausa (ITSA4), com 2,3%
É a holding que controla o Itaú, mencionado acima. A holding têm também outras empresas, como Duratex e uma participação em Alpargatas, mas o grosso do seu resultado vem do Itaú mesmo, de modo que os dois papéis têm altíssima correlação
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