As ações da Jereissati Participações (JPSA3) são indicadas pelo nosso estrategista-chefe, Felipe Miranda, na carteira Oportunidades de Uma Vida desde julho de 2019.
Neste artigo, iremos apontar a trajetória da holding Jereissati Participações e o raciocínio por trás dessa recomendação do investimento em suas ações (JPSA3).
O conteúdo está dividido nos seguintes tópicos, para facilitar sua leitura:
Você pode também assistir ao vídeo onde o Max Bohm, analista da Empiricus, apresenta todos os detalhes sobre a ação JPSA3.
O histórico de investimentos da Jereissati Participações (JPSA3)
O Grupo Jereissati teve suas origens no Ceará, em meados de 1900. A princípio, atuava apenas no segmento têxtil. A partir dos anos 1940, começou a diversificar o seu portfólio. A família foi pouco a pouco entrando nos ramos metalúrgico, imobiliário e, nos anos 90, de telecomunicações.
Em 1979, o grupo comprou o shopping Iguatemi, o primeiro de São Paulo, que havia sido inaugurado em 1966. Desde então, a Iguatemi se expandiu para várias das regiões mais ricas do país:
Desde que vendeu suas participações na Oi, em 2015, a Jereissati Participações (JPSA3) passou a concentrar todos os seus investimentos no segmento de shopping centers — representado pela sua participação na Iguatemi.
Jereissati e Iguatemi: um upside duplo para o investidor
Tanto a holding Jereissati (JPSA3) quanto a sua controlada Iguatemi (IGTA3) são empresas de capital aberto. Por que comprar JPSA3 e não diretamente IGTA3, então?
Porque a holding negocia com desconto, ou seja, é mais barata.
“Nada é mais efetivo em Bolsa do que comprar ações por menos do que elas valem, com a devida margem de segurança”, explica Felipe Miranda. E é aí que entra nosso potencial upside duplo para JPSA3: “o quanto o desconto de holding deve fechar; e o quanto as próprias ações da Iguatemi podem subir”, aponta Felipe.
Iguatemi é uma boa empresa por alguns motivos. Em primeiro lugar, o fato de seus shoppings estarem em regiões de alto poder aquisitivo cria maior resiliência e previsibilidade na receita. O consumo de luxo é menos sensível às imprevisibilidades da economia e, portanto, é razoável concluir que o risco de vacância das lojas da empresa é menor.
Além disso, a marca é muito forte. Há uma percepção especial: ir ao Iguatemi não é meramente “ir ao shopping”. O mix de lojas é diferente, mais sofisticado, e há um esforço crescente de trazer restaurantes premium. A maior parte dos shoppings são meio homogêneos: a mesma arquitetura, as mesmas lojas, as mesmas opções de alimentação. Não é o caso das unidades do Iguatemi.
Por fim, veja que o negócio tem receitas razoavelmente diversificadas, o que é bastante positivo. Aluguéis representam a maior parte do dinheiro que entra, mas ganha-se dinheiro também com estacionamento e serviços como a locação de espaços promocionais.
Além disso, a marca inaugurou, recentemente, o primeiro e-commerce para marcas de luxo do país. Trata-se de um canal alternativo de alto crescimento potencial.
A Pandemia e as ações da Jereissati Participações (JPSA3)
Com o fechamento dos shoppings, os resultados da Iguatemi sofreram o impacto em primeira mão.
Quando a empresa reportou os números do 2T20, isso ficou claro: as vendas totais das lojas tiveram uma queda de 83% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita bruta, por sua vez, caiu cerca de 25,3% na comparação anual…
A Iguatemi, no entanto, tomou algumas iniciativas:
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Para evitar a vacância, ofereceu descontos de condomínios, entre 40% e 50%. Além disso, isenção da cobrança do aluguel de abril e maio;
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Investiu no marketplace “Iguatemi 365”, com mais de 280 marcas e 14 mil produtos;
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Criou novos modelos de vendas, como o serviço de drive-thru integrado com WhatsApp; e
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Faz um esforço de redução da linha de custos e despesas que levou a economias de 28,8% na comparação anual.
Assim, a empresa cravou um lucro líquido de R$ 46,3 milhões, um resultado bem acima do esperado para um trimestre que deveria ter sido desastroso.
E o mercado parabenizou, ao seu modo: as cotações de JPSA3 apresentaram uma forte alta (+10,7%) ao longo do pregão seguinte aos resultados da Iguatemi.
Conclusão sobre a JPSA3
Então, vale a pena comprar JPSA3 ou não?
A resposta de nossos analistas, desde João Piccioni e Max Bohm até Felipe Miranda, é unânime: sim, vale a pena.
Como dito, é a ação da Iguatemi (IGTA3), mas com um desconto absurdo e alto potencial de valorização. E põe alto nisso: mesmo na pandemia, um dos maiores desafios das empresas da “velha economia”, a Iguatemi surpreendeu positivamente o mercado e segue firme.
Ainda assim, o ceticismo faz parte do DNA da Empiricus. Por isso, Max Bohm fez um “teste de estresse” considerando dois cenários sobre a recuperação do varejo em 2021. Os resultados reforçam as expectativas: “mesmo realizando um teste de estresse, temos um potencial de valorização relevante”, conclui.
Portanto, como disse Felipe: “se você pode comprar algo de excepcional qualidade com quase 50% de desconto, por que não fazê-lo? É quase uma atitude irracional”.
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